17 de Abril
Qual entre todos estes não sabe que a mão do Senhor fez isto? (Jó 12.8.)
Há anos achou-se na África um dos mais magníficos diamantes da
história. Foi oferecido ao Rei da Inglaterra, para fulgurar na sua
coroa.
O Rei enviou-o a Amsterdam para ser lapidado, e foi posto nas
mãos de um especialista.
E o que fez ele? Tomou a valiosa gema e fez nela uma marca. Então
deu-lhe com seu instrumento um golpe seco. E pronto, lá estava a soberba
pedra dividida em dois pedaços! Que imprudência, que desperdício, que
descaso criminoso! De modo algum.
Por dias e semanas aquele golpe havia sido estudado e planejado.
Desenhos e modelos haviam sido feitos da pedra. Suas qualidades, seus
defeitos, as linhas do corte, tudo havia sido estudado com extremo
cuidado.
O homem a quem ela estava entregue era um dos mais hábeis lapidários
do mundo. Então aquele golpe foi um erro? Absolutamente. Foi o clímax do
engenho do lapidário.
Quando ele desferiu o golpe, fez aquilo que
traria a pedra à sua mais perfeita forma, brilho e esplendor.
Aquele golpe que parecia arruinar a magnífica preciosidade, era na
verdade a sua redenção. Pois daquelas duas metades saíram as duas
soberbas gemas que o olho hábil do lapidário enxergou escondidas na
pedra bruta que veio da mina.
Assim, às vezes Deus deixa cair sobre a nossa vida um golpe cortante.
O sangue jorra. Os nervos retraem-se. Nossa alma grita em agonia. O
golpe nos parece um grande erro. Mas não é. Pois somos para Deus uma
jóia preciosíssima.
E Ele é o mais hábil lapidário do universo. Um dia iremos fulgurar no
diadema do Rei.
Agora, enquanto estamos na Sua mão, Ele sabe exatamente
como lidar conosco.
Não recairá sobre nós nenhum golpe que não seja
permitido pelo amor, o qual, das suas profundezas, opera bênçãos e
enriquecimentos espirituais que nunca vimos nem procuramos. — James H.
MacConkey
Num dos livros de Jorge MacDonald aparece este fragmento de conversa:
“Eu imagino por que Deus me fez”, disse o Sr. F. “Estou certo de que
não adiantou nada fazer-me!”
“Talvez não tenha adiantado muito ainda”,
disse D., “mas Ele ainda não acabou de fazer você.
Ele ainda o está
fazendo; e você está questionando o processo.” Se os homens apenas
cressem que estão no processo de criação, e consentissem em ser feitos —
em deixar o Criador moldá-los como o oleiro ao barro, submetendo-se aos
movimentos da sua roda — dentro de pouco tempo estariam louvando a Deus
pelas vezes que a Sua mão os pressionou, mesmo que lhes tivesse causado
dor; e por vezes, não seriam apenas capazes de crer, mas reconheceriam o
fim que Deus tem em vista, que é trazer um filho à glória.

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